Entenda as inspirações por trás da trama e a teoria que conecta a série a um evento real na Coreia do Sul.
A segunda temporada de Round 6 tem sido um fenômeno global, reacendendo discussões e teorias sobre suas inspirações. Uma das maiores dúvidas dos fãs é se a trama da série da Netflix é baseada em fatos reais. Afinal, os jogos mortais e a disputa por dinheiro poderiam ter acontecido na vida real?
Round 6 é baseado em uma história real?
A resposta curta é: não, Round 6 é uma obra totalmente ficcional. No entanto, sua premissa e os dilemas enfrentados pelos personagens foram inspirados em problemas reais, como desigualdade social e a luta pela sobrevivência em um sistema econômico implacável. Além disso, uma teoria macabra viralizou nas redes sociais, relacionando a série a eventos que realmente ocorreram na Coreia do Sul. Mas qual é a verdade por trás disso? Vamos descobrir.
A verdadeira inspiração de Round 6
O criador da série, Hwang Dong-Hyuk, já declarou diversas vezes que Round 6 não se baseia em um evento real específico. Em entrevista à Variety, ele revelou que a ideia surgiu de sua própria experiência pessoal e das dificuldades financeiras que enfrentou. Durante esse período, ele passou muito tempo lendo mangás como Battle Royale e Liar Game, que exploram competições mortais.
Dong-Hyuk também explicou que os jogos infantis usados na série, como a icônica “batatinha frita 1, 2, 3”, foram escolhidos para criar um contraste entre a inocência da infância e a brutalidade dos desafios mortais enfrentados pelos competidores. Em entrevista ao RadioTimes.com, ele afirmou:
“Esta é uma história sobre pessoas que jogavam este jogo quando crianças e voltaram a jogar quando adultos. Eu senti que ele poderia ser o jogo infantil mais simbólico para representar o tipo de sociedade em que vivemos hoje.”
A conexão com um evento real na Coreia do Sul
Embora Round 6 seja uma obra de ficção, uma teoria que circula na internet sugere que a série teria sido inspirada em um episódio sombrio da história sul-coreana. O evento em questão envolve o Hyungje Bokjiwon, um centro de detenção conhecido como “Auschwitz da Coreia do Sul”, que funcionou entre 1970 e 1988.
Na época, o governo sul-coreano lançou um projeto chamado “purificação social”, que visava remover moradores de rua e pessoas consideradas indesejadas das ruas. Isso incluía não apenas pessoas sem-teto, mas também crianças, adolescentes e idosos que estavam desacompanhados ou sem documentos. Essas pessoas eram levadas para o Hyungje Bokjiwon, sob a justificativa de receberem assistência social, mas a realidade era completamente diferente.
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O que realmente aconteceu no Hyungje Bokjiwon?
De acordo com a BBC, a repressão se intensificou a partir de 1981, quando o então presidente sul-coreano, Chun Doo-Hwan, ordenou a remoção de pedintes para preparar o país para os Jogos Asiáticos de 1986 e as Olimpíadas de Seul em 1988. Policiais e agentes do governo passaram a sequestrar e prender milhares de pessoas, que eram levadas para centros como o Hyungje Bokjiwon.
Dentro dessas instalações, os internos eram submetidos a condições desumanas, incluindo:
- Torturas físicas e psicológicas;
- Trabalhos forçados;
- Abusos sexuais;
- Prisão por tempo indeterminado.
Assim como na série, os prisioneiros usavam uniformes azuis numerados e dormiam em dormitórios superlotados. Muitos nunca saíram vivos do local.
A verdade sobre o Hyungje Bokjiwon veio à tona em 1987, quando 30 prisioneiros conseguiram fugir e relataram os horrores vividos no centro. Estima-se que mais de 500 pessoas tenham morrido ali. O diretor da instalação foi preso, mas recebeu uma pena branda, gerando revolta entre sobreviventes e familiares das vítimas.
Embora Round 6 não seja diretamente baseada no Hyungje Bokjiwon, a teoria faz sentido porque a série aborda temas semelhantes, como exploração dos mais pobres e brutalidade sistêmica. O criador Dong-Hyuk nunca mencionou esse evento como inspiração, mas a semelhança entre os dois casos faz com que muitos fãs acreditem nessa ligação.
No fim, Round 6 é uma obra de ficção que reflete questões reais da sociedade, trazendo um alerta sobre desigualdade e sobrevivência em um mundo competitivo. A teoria do Hyungje Bokjiwon mostra como a realidade pode, em alguns casos, ser tão cruel quanto a ficção.
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