Lobo-Terrível cientistas revivem espécie extinta há mais de 10 mil anos

Startup americana cria primeiros filhotes de lobo-terrível usando DNA ancestral e reacende debate sobre desextinção de espécies.

Durante muito tempo, os lobos-terríveis pareciam ter ficado apenas no imaginário popular, uma mistura de fatos científicos e fantasia pop, imortalizados por séries como Game of Thrones. Mas agora, o que antes era tema de ficção científica ganhou contornos reais. Três filhotes saudáveis da espécie foram criados em laboratório por uma startup norte-americana, a Colossal Biosciences, marcando um dos maiores avanços da ciência moderna: o renascimento de um animal extinto há mais de 13 mil anos.

Batizados de Romulus, Remus e Khaleesi (em homenagem à série da HBO), os três lobos não surgiram do nada. Eles são o resultado de uma complexa engenharia genética que utilizou como base o DNA fossilizado de antigos lobos-terríveis e o cruzamento com seu parente vivo mais próximo: o lobo-cinzento.

Um feito inédito na história da genética

O anúncio da Colossal Biosciences foi feito em 7 de abril de 2025, e já está sendo considerado um marco na chamada desextinção de espécies. A startup afirma ter realizado mais de 20 edições genéticas em 14 genes do lobo-cinzento, inserindo características-chave dos lobos-terríveis originais, como:

  • Pelagem de coloração clara
  • Corpo mais robusto e musculoso
  • Mandíbulas maiores
  • Estrutura óssea mais pesada

Essas edições permitiram não apenas a aparência física próxima do predador pré-histórico, mas também a criação de animais saudáveis e adaptáveis. Os embriões modificados foram implantados em cães, que atuaram como mães de aluguel, dando à luz os três filhotes em segurança.

Lobo-terrível: do passado para o presente

Conhecidos como dire wolves em inglês, os lobos-terríveis foram predadores formidáveis que habitaram o sul do Canadá e grande parte dos Estados Unidos durante o período Pleistoceno. Eles caçavam presas como bisões, cavalos selvagens e até mamutes. No entanto, com a extinção de suas presas, provocada, em parte, pela ação humana, os lobos-terríveis acabaram desaparecendo também.

A ciência conseguiu recuperar fragmentos genéticos desses animais a partir de dois fósseis cruciais: um dente de 13 mil anos e um crânio de 72 mil anos. Com base nesses dados, foi possível confirmar a impressionante semelhança genética com os lobos-cinzentos modernos: 99,5% de compatibilidade.

Onde estão os lobos-terríveis hoje?

Os filhotes estão sendo criados em um centro de preservação da vida selvagem no norte dos Estados Unidos. A localização exata não foi divulgada, como forma de proteger os animais de curiosos e garantir um ambiente seguro para seu desenvolvimento.

Embora ainda não sejam clones perfeitos dos lobos-terríveis originais, os animais recriados são considerados, segundo a Colossal Biosciences, a representação genética mais próxima já alcançada da espécie extinta.

O que vem depois: o futuro da desextinção

Antes de se dedicar aos lobos-terríveis, a Colossal já trabalhava em projetos ambiciosos, como reviver o mamute lanoso e o dodô, dois ícones da extinção. No entanto, os desafios técnicos dessas espécies ainda eram altos demais, principalmente pela complexidade da reprodução em elefantes e aves.

O sucesso com os lobos-terríveis só foi possível graças aos avanços em clonagem canina, área em que a ciência já possui mais domínio. E esse pode ser apenas o começo. A empresa já declarou seu compromisso com a restauração de espécies desaparecidas, reacendendo debates éticos e ecológicos sobre até onde a biotecnologia pode e deve ir.

Um novo capítulo na relação entre humanos e a natureza

Com o renascimento dos lobos-terríveis, a linha entre ficção e realidade ficou mais tênue do que nunca. A cena que antes parecia saída de Westeros agora acontece em tempo real, nos laboratórios e centros de pesquisa dos Estados Unidos. Mais do que um feito científico, essa conquista reacende uma discussão profunda: estamos prontos para trazer o passado de volta?

A volta dos lobos-terríveis representa não só uma vitória tecnológica, mas também um divisor de águas sobre como lidamos com espécies extintas, biodiversidade e o próprio futuro do planeta. Afinal, ressuscitar uma espécie é só o primeiro passo. O grande desafio agora é garantir que ela possa viver e coexistir de forma equilibrada no nosso mundo atual.

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